Accenture

Mais de 90% dos executivos de media não rentabiliza tecnologias digitais

  • Menos de 10% dos executivos do sector tem uma visão integrada dos seus consumidores;
  • Imperativo para o crescimento de negócio passa por estabelecer uma relação directa com o consumidor;
  • Maioria dos entrevistados afirma que as suas empresas ainda estão nos estágios iniciais de relacionamento digital.

Lisboa, 24 de Outubro de 2011 – Uma esmagadora maioria (91%) dos executivos das empresas de media e entretenimento admite não estar a tirar o máximo partido da informação sobre os consumidores, o que lhes permitiria fornecer conteúdos customizados, deixando-os assim mal preparados para aproveitar as oportunidades de receita proporcionadas pelas actuais tecnologias digitais.

A conclusão consta do estudo “Global Media & Entertainment High Performance”, publicado recentemente pela Accenture, onde é também revelado que 95% dos executivos inquiridos nesta investigação não têm uma forte capacidade de gestão de relacionamento com os clientes (CRM). A este dado acresce que mais de metade (58%) dos inquiridos ainda estejam no estágio inicial do desenvolvimento de tais capacidades.

Ainda de acordo com o relatório, menos de 10% dos executivos indicaram que as suas empresas têm uma visão totalmente integrada dos seus consumidores. Isto sugere que a grande maioria (91%) dos executivos deste sector deve considerar alterar a sua visão do negócio se pretender ser bem-sucedido no crescimento das suas receitas no actual cenário.

Desenvolver uma visão holística do consumidor

Um dado relevante reside no facto de, após cinco anos de estudos exaustivos da Accenture a esta indústria, o último relatório revelar que apenas 57% dos executivos afirmam que as suas organizações estão a fazer um progresso contínuo na transformação do analógico para o digital. Um dado que representa uma evolução muito lenta neste processo, uma vez que há apenas um ano, uma pesquisa similar da Accenture revelava que um terço (33%) das empresas estava a alterar os seus negócios do analógico para um modelo integrado e baseado em ficheiros digitais.

“Embora algumas organizações tenham feito progressos para alcançar a meta de distribuição de conteúdo através de qualquer canal, em qualquer formato, para qualquer dispositivo, a maioria ainda necessita de formar uma visão holística do seu consumidor, de forma a rentabilizar o seu conteúdo”, afirmou Eduardo Fitas, Vice-Presidente da Accenture Portugal e responsável pela área de Comunicações, Media e Tecnologia. “O crescimento das receitas neste contexto multi-plataforma está assente no princípio da entrega de conteúdo personalizado e direccionado para os consumidores individuais através do dispositivo adequado”, acrescentou o executivo.

“Esta alteração de enfoque numa audiência de mass market para uma personalizada requer uma mudança complexa de mass media para uma tecnologia de massa”, enfatizou a mesma fonte.

De facto, esta pesquisa da Accenture revelou que 80% dos entrevistados acredita que o sector dos media e entretenimento ainda está em evolução. Como resultado disso, 85% dos executivos acredita que o seu negócio vai continuar a mudar significativamente.

Quando questionados acerca da implicação dos media sociais no seus negócios, mais de metade dos executivos (55%) indicaram que as suas empresas tinham em curso uma estratégia de networking social claramente definida. No entanto, apenas 38% dos executivos indicaram utilizar uma networking social para obter intimidade com o consumidor, enquanto 17% declararam que essa networking é usada para ganhar vendas. De acordo com Eduardo Fitas, “estas conclusões podem indicar que o imperativo essencial para o crescimento passa por estabelecer uma relação directa com o consumidor, à semelhança do que acontece com a maioria dos negócios”.

Gestão de Direitos

Outra área-chave deste estudo incidiu na gestão de direitos, devido ao seu impacto na transformação do conteúdo digital em retorno de investimento. No entanto, mais de três quartos (77%) dos executivos entrevistados indicaram que as suas empresas não tinham uma abordagem integrada à gestão de direitos. A Accenture acredita que esta é uma necessidade urgente que precisa de ser discutida pela indústria, devido ao aumento do custo de criação e aquisição de conteúdos.

“Claramente, o sector tem ainda muito trabalho a fazer para potenciar as oportunidades apresentadas pela distribuição digital de conteúdos”, referiu ainda Eduardo Fitas: “Uma visão clara do consumidor, relações melhoradas com os consumidores e gestão de direitos digitais são apenas algumas das áreas que podem produzir resultados significativos.”

Mais informação sobre o estudo “Global Media & Entertainment High Performance” da Accenture disponível em www.accenture.com/MandE_High_Performance_Study_2011.

Metodologia

Como parte do seu estudo “Global Media & Entertainment High Performance”, a Accenture entrevistou 130 executivos e líderes de opinião na indústria dos media e entretenimento – incluindo televisão, jogos, filmes, música, editoras, portais e publicidade. O objectivo do estudo foi o de identificar as características das empresas de media e entretenimento de alto desempenho, tendo por base entrevistas de profundidade via telefone e presenciais com executivos seleccionados em 18 países da Europa, América do Norte, América do Sul e região da Ásia-Pacífico.