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Portugal, país «cigarra», cai uma posição no barómetro de inovação da COTEC e regressa aos resultados de 2010

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  • Portugal mantém-se como país «cigarra», que desperdiça recursos
  • A nível geral, afasta-se da média global e posiciona-se atrás dos países PECO
  • Em 2012, Portugal caiu 21 posições no pilar «Financiamento»

 

Lisboa, 6 de Fevereiro de 2012 – A COTEC Portugal apresenta os novos indicadores estatísticos do Barómetro de Inovação, que revelam que, globalmente, Portugal desceu um lugar face a 2011, encontrando-se na 31.ª posição no que concerne ao estado da inovação entre os 52 países analisados. Estes dados revelam que Portugal regressa à posição assumida em 2010, ficando pela primeira vez atrás da média dos países PECO (países da Europa Central e Oriental).

Estes indicadores voltam a enquadrar Portugal no conjunto de países «Cigarra», classificação que traduz a falta de capacidade de concretização e transformação do potencial de inovação em resultados concretos com impacto económico-social. Da análise ao desempenho em 2012 face ao ano anterior verifica-se uma quebra na dimensão recursos, sobretudo justificada pela queda no «Financiamento», pilar no qual Portugal passou da 10.ª para a 31.ª posição do ranking. Esta alteração justifica-se pela forte incapacidade de financiamento quer do sector público, quer do sector privado.

De acordo com o Barómetro de Inovação da COTEC, iniciativa com a parceria da Everis e da PwC, a segunda descida mais acentuada verificou-se no pilar «Envolvente Institucional». Dos 9 indicadores que constituem este pilar, 6 revelaram uma tendência negativa face ao ano anterior. O indicador «Eficiência Judicial» foi o que evidenciou uma maior quebra face ao período homólogo.

Ainda que se caracterize como um dos pilares em que Portugal evidencia maiores carências, a subida em valores absolutos do índice no pilar «Capital Humano» dá boas indicações futuras. Neste âmbito, destacam-se as subidas alcançadas nos indicadores «Percentagem de jovens com idade entre 20 e 24 anos com pelo menos educação secundária», «Participação em formação e/ou aprendizagem ao longo da vida por 100 habitantes entre os 25 e os 64 anos» e «Investigadores de I&D por milhão de habitantes». Apesar da subida evidenciada em valores absolutos, Portugal registou uma descida de 5 posições no ranking.

Comparando o desempenho com outros países, verifica-se que Portugal se posiciona abaixo da média da União Europeia, ficando abaixo dos países com dimensão semelhante à sua, sendo a dimensão «Resultados» aquela que mais se destaca pela negativa. A dimensão em que Portugal apresenta melhores resultados é nas «Condições», o que demonstra falta de eficiência e eficácia.

Face aos restantes países da Europa do Sul, Portugal detém a segunda melhor posição, logo a seguir a Espanha, sendo claramente superado na dimensão «Resultados» por Espanha e Itália. De uma forma geral, todos os países da Europa do Sul apresentam melhores «Condições» e «Recursos» do que «Processos» e «Resultados».

Tal como em 2011, a maioria dos países analisados (79%) é classificado como «Cigarra», «Abelha» ou «Caracol». O perfil «Cigarra», ou desperdiçador, registou a maior subida do ano (de 5 para 12 países), ao integrar seis países que anteriormente eram «Formigas»: Eslováquia, Espanha, Letónia, Lituânia, Polónia e Uruguai. Estes países cresceram nas dimensões «Condições» e «Recursos», mas este crescimento ainda não se materializou nas dimensões «Processos» e, especialmente, em «Resultados».

A Suíça continua a ser o país com o melhor desempenho global, apresentando um posicionamento dentro do Top 5 do ranking em todas as Dimensões e Pilares considerados, com excepção para o «Financiamento», em que se encontra na 16.ª posição. Em termos globais, todos os países apresentam uma evolução negativa face a 2011, com excepção da Suíça, que revela um comportamento global positivo face ao ano anterior.

No lote dos países considerados «Líderes em IDI» registou-se a entrada da República da Coreia para a 4.ª posição, ficando atrás da Dinamarca e da Suécia, mas à frente da Finlândia, da Alemanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos da América.

A génese do grupo de países considerados «Inovadores Moderados» mantém-se, sendo este grupo constituído essencialmente por países anglo-saxónicos (Canadá e Nova Zelândia), países da Europa do Sul (Portugal, Espanha e Itália), pela China e por alguns outros países do Centro e Leste da Europa (Áustria, Bélgica, Estónia, Hungria, República Checa, etc.).

Finalmente, com uma presença assídua nos últimos lugares dos rankings de Dimensões e Pilares mantém-se a maioria dos países da Mercosul e alguns países PECO, aos quais se adiciona a Grécia, sendo por isso classificados como países que têm um desempenho fraco em matéria de IDI.

O Barómetro de Inovação da COTEC disponibiliza informações acerca da inovação em Portugal, através: da divulgação de indicadores e estatísticas de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI), que permitem desenvolver análises e apresentações agregadas; da apresentação de dados sobre a inovação empresarial, nomeadamente as práticas de gestão de inovação; e de um painel de líderes dos vários quadrantes da sociedade Portuguesa que emitem as suas opiniões sobre questões de inovação.

Mais informação em:
www.barometro.cotec.pt
Barómetro Inovação.